Como curei a minha endometriose ✨
- Mulheres de PachaMama
- 6 de dez.
- 8 min de leitura
Quando falamos de cura, é algo tão profundo e as vezes até inalcançável.
Quando recebi meu diagnóstico de endometriose profunda há 7 anos atrás, passei meses me questionando o “por que” e “como lidaria com uma doença sem cura”.
Vou contar um pouco da minha história com a endometriose..
Eu tinha 22 anos quando descobri a endometriose, ou melhor quando me deram o diagnóstico de endometriose, porque ela sempre existiu em mim, e já estava ativa há anos na minha vida, eu só não sabia que essa dor tinha nome.
Eu sempre senti dores, desde as minhas primeiras menstruações, eu iniciei a minha menarca já carregando essa dor silenciosa aos olhos dos outros, sempre tinha muita hemorragia, de precisar usar fraldas infantis em dia de menstruação, e as cólicas que me derrubavam, era tão fortes que já tive vários episódios de desmaios por dor, eu nunca busquei ajuda porque sempre ouvi: Menstruar dói mesmo, toma uma remédio que passa.
E foi assim que eu me entupia de remédios de dores quando descia para mim, e muitas vezes os remédios mais fortes não funcionavam.
Vivi com essa dor gritando dentro de mim por anos, achando que era natural, todas mulheres que eu conversava sempre diziam que era assim mesmo.
Eu aceitei aquilo por anos e também por acreditar naquilo que ouvia por ser jovem demais.
E os anos foram se passando e sempre os mesmo problemas: DORES AGUDAS, SANGUE ABUNDANTE, DORES PÉLVICAS, DORES NAS RELAÇÕES SEXUAIS, SENSIBILIDADE EXTREMA.
Já me senti tão diferente, por sentir uma dor que muita gente não entendia,
Porque a endometriose não é só a dor fisica, ela causa fadiga, cansaço, confusão mental por sempre estar sentindo dor, causa estresse, causa tristeza.
Ela afeta totalmente o nosso emocional, afeta o nosso dia a dia, você nunca sabe quando vai chegar uma crise de dor e por lá ficar, afeta nos nossos relacionamentos, principalmente nos afetivos, porque quando a crise vem, é impossível ter relações sexuais e estar disponível, pois o corpo dói, grita e se fecha, aí muitas mulheres acham que é falta de libido, mas é mais profundo que isso.
Já fui casada e vivi isso de perto, de estar indisponível e a cobrança vir, a falta de sensibilidade e empatia com um corpo que dói, com um corpo que está tentando sobreviver em meio tudo isso, em um corpo que se fecha por proteção, pois ele não está disponível.
Foram anos para eu entender isso, mas compreendi muitas coisas após a finalização desse relacionamento.
No lugar daquela culpa que eu sentia, me veio a empatia comigo mesma.
A endometriose não é só um diagnóstico,
É algo real que vive com a gente habitando nosso corpo, a endometriose é uma dor antiga, muito das nossas mulheres da familia tiveram, mas foram silenciadas e nem diagnosticos tinham na época, sempre sentiram dores e nas idas ao médicos sempre eram a mesma indicação: HISTERECTOMIA TOTAL (retirada do útero), como todos os médicos diziam na epoca: TEVE FILHOS? ENTÃO JÁ TIRA O UTERO QUE NÃO SERVE PARA NADA!
E assim as dores de nossas avós, mães, tias e irmãs foram silenciadas, e nunca ouvidas e cuidadas.
Porque a endometriose, não habita só o corpo, ela é um gene passado de mãe para filha, é uma doença embrionária, que vem desde o ventre da sua mãe, você nasceu com ela.
E ela permanece lá com você, até ela ser ativada.
E o que ativa a endometriose SÃO AS DORES, as nossas dores, os nossos traumas, a nossa história, aquilo que passamos em silêncio e o corpo escutou e a endometriose acordou e ativou.
Antes da endometriose ativar, ela precisava de um terreno totalmente fertil para isso: UM CORPO INFLAMADO, UMA ALMA FERIDA, CHEIA DE DORES EMOCIONAIS.
A endometriose é o espelho da nossa vida,
O resumo de tudo que passamos até chegar aqui.
E quando eu recebi o diagnóstico 7 anos atrás, eu estava em uma fase muito delicada da minha vida, cheia de dores emocionais, rompimentos familiares, culpas, tristeza, depressão, síndrome do pânico.
E lá veio o diagnóstico junto com uma cirurgia de emergência super forçada, foi tudo de uma vez, eu não tinha por onde correr, não tinha acesso a informações, a nada, só tinha um médico com as ultrassons na mão dizendo que eu precisava operar urgentemente antes que o cisto hemorrágico rompesse, naquela época ele já estava do tamanho de um limão siciliano.
Eu não queria fazer cirurgia, não queria de nenhuma forma. Passei por mais médicos na esperança de alguém me trazer outra opção e o que eu ouvi foi: “Se não operar agora, ele vai estourar e vai ser pior, você pode correr risco de vida”.
Eu não queria passar por aquilo, era uma cirurgia com corte de cesária e anestesia ráqui.
Eu estava tão assustada, tinha meu trabalho autônomo que dependia 100% de mim, uma casa, meus clientes, marido, foram tantas coisas ao mesmo tempo, que tive que pausar uma primeira vez na vida, para “cuidar da minha saúde”, só assim mesmo para eu dar um pouco de atenção para mim e me colocar como prioridade, a doença te leva nesse lugar, onde você por muitas vezes se abandonou para cuidar das necessidades de todos.
Passei pela cirurgia, nas vésperas do meu aniversário, foi tão horrível estar naquela sala de cirurgia, naquele lugar gelado, eu senti tudo o cheiro do corte da minha pele, mesmo que me anestesiassem, eu acordava no meio da cirurgia, acho que a minha resistência era tão grande em não querer estar lá, que as medicações não funcionavam, até que veio uma enfermeira e sentiu que eu estava com medo e insegura, e segurou a minha mão a cirurgia inteira.
Lembro do acolhimento dela até hoje e seu olhar antes de eu apagar novamente.
Terminou a cirurgia e me mandaram para a sala de recuperação pós cesaria, um lugar isolado, sozinho, frio e lá estava eu super dopada, com frio, com medo e “meu medico” chegou com um potinho na mão balançando e rindo: “aqui ó, tirei o cisto e também tirei seu ovário, agora você está bem”
Quando eu ouvi que meu ovário também foi retirado sem meu consentimento eu entrei em desespero, ninguém tinha me avisado que ia tirar nada além do cisto.
E lá estava eu dopada, em frente de uma violência médica.
Voltei para casa pós cirurgia, eu só sabia chorar eu não aceitava aquilo que tinha acontecido comigo.
Foram dias, de colapso emocional e muita tristeza, eu me sentia violada.
Assim como muitas mulheres que passam por inúmeras cirurgias e os médicos acham que são Deuses e tomam decisões por você, sem o seu consentimento.
Seu corpo ali, não tem valor.
Suas escolhas não tem valor.
É o próprio reflexo da medicina ocidental patriarcal e branca.
Foram anos carregando essa dor.
No meu retorno pós cirúrgico, o mesmo que fez minha cirurgia e violou meu corpo, me indicou como tratamento o de sempre: ANTI CONCEPCIONAL, como aquela frase arcaica em cima do corpo da mulher: É MELHOR VOCÊ NÃO MENSTRUAR!
O cara tirou meu ovário e agora queria me castrar com esses hormônios sintéticos, porque é isso que eles fazem.
Os hormônios sintéticos, já diz: SINTÉTICOS.
Deixa a mulher em uma “menopausa precoce forçada” no auge de sua idade fértil, onde é o momento em que a mulher mais se expande, cresce e amadurece seu emocional.
Os hormônios sintéticos tira a autonomia do corpo daquela mulher trabalhador naturalmente e amadurecer.
EU JAMAIS, aceitaria isso!
Porque eu já sabia dos malefícios da pílula para a saúde da mulher.
Saí daquele consultório sabendo que aquilo e não era o que eu queria.
E dentro do meu coração sabia, que existia um outro caminho.
E um ano após a cirurgia, eu encontrei a Ginecologia Natural, eu fiquei encantada, eu acreditava muito nas plantas e seu poder de cura medicinal, mas eu não sabia que elas sempre foram usadas pelas mulheres para manutenção da saúde, pois isso foi escondido e ocultado de nós, como uma forma de domínio do nosso corpo por meio da medicina masculina, branca, misógina e patriarcal que vivemos hoje.
Porque antes os cuidados com o Corpo Feminino vinham das Mulheres, das Curandeiras e Parteiras da Comunidade que trabalhavam em harmonia com as Plantas Medicinais.
Eu entrei de cabeça nesses estudos da Ginecologia Natural e Parteria Tradicional, fui me conectando com Mulheres desse Movimento da Ginecologia Natural dentro do Brasil, eu passei anos viajando, indo beber da fonte, e cada curso e formação que eu fazia, eu me conectava mais ainda com esses Saberes Ancestrais Feminino.
Já são 4 anos viajando o mundo a fora, estudando com diversas Culturas e Povos Ancestrais de como se cuidar Naturalmente do Corpo Feminino com as Ervas e Plantas Medicinais.
E foi nesse caminho natural com as Plantas Medicinais, com os Conhecimentos Ancestrais, que eu comecei o meu processo de cura da endometriose.
Tudo o que eu aprendia eu aplicava no meu corpo, e via muito resultado.
A primeira coisa que me aconteceu foi:
AS DORES SUMIREM, aquilo foi a minha maior vitória, imagina uma vida toda sofrendo de dores e eu poder achar uma ferramenta que funciona, e elas sumirem.
E a cada conquista, mais ainda eu me jogava nesses estudos naturais, até que cheguei na Alimentação Natural, que é a minha grande vertente dessa Cura,
O PODER DE CURAR SEU CORPO PELA ALIMENTAÇÃO, o poder dos alimentos naturais de regenerar nosso corpo e rescrever essa história que antes de dores e inflamações, para uma história de amor e conexão com seu corpo.
Essa é minha história com a Alimentação Natural, até fiz um post aqui sobre: “O PORQUE MUDEI MINHA ALIMENTAÇÃO”
A endometriose foi o motivo, mas a consciência alimentar foi o combustível que transformou a minha vida.
Igual eu conto o provérbio africano lá nesse post: SEU ALIMENTO É SEU REMÉDIO E SEU REMÉDIO É SEU ALIMENTO.
Vale a pena de ler.
Então nessa minha Jornada com a Endometriose, foram muitos altos e baixos, no fundo eu descobri que EU ESTAVA NO LIMITE, da sobrecarga fisica, mental e emocional, da dor fisica, da doação aos outros, no silenciamento de como eu me sentia.
Até que eu dei esse primeiro passo rumo a minha cura: estudei, me expandi, me coloquei como prioridade, comecei a cuidar do meu corpo, da minha alimentação, comecei a cuidar das minhas emoções, dos meus traumas, foram muitos trabalhos terapêuticos e muitas descobertas, e uma delas foram: AGORA QUE EU DESCOBRI ISSO, NÃO POSSO GUARDAR SÓ PARA MIM.
E foi onde eu fiz a minha transição de carreira para ser Terapeuta de Ginecologia Natural, a minha DOR se tornou o meu PROPÓSITO.
E hoje, eu guio mulheres na 𝗝𝗼𝗿𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗩𝗶𝘃𝗲𝗻𝗱𝗼 𝘀𝗲𝗺 𝗘𝗻𝗱𝗼𝗺𝗲𝘁𝗿𝗶𝗼𝘀𝗲, porque só pode ensinar o caminho, quem passou por ele.
E agora com meu coração aberto,
Eu trago toda essa verdade e cura nesse Movimento Mulheres de PachaMama.
Porque eu entendo as dores das Mulheres,
E sei que um corpo adoece, quando as emoções são silenciadas, que um corpo adoece quando a gente não vive aquilo que gostaríamos de viver, que um corpo adoece com toda essa sobrecarga feminina que é jogada em cima de nós diariamente e toda violência que passamos no decorrer de nossas por ser Mulheres.
HOJE A CURA DA MINHA ENDOMETRIOSE,
É como um jardim, que eu sempre cultivo boas flores, a partir de todos esses conhecimentos naturais que cruzaram o meu caminho.
𝗔 𝗖𝗨𝗥𝗔 𝗘́ 𝗨𝗠𝗔 𝗘𝗦𝗖𝗢𝗟𝗛𝗔 𝗗𝗜𝗔́𝗥𝗜𝗔.
E quando você aprende e aplica, seu corpo desativa qualquer doença.
Então termino esse post,
O que você tem escolhido diariamente?
(𝘕𝘢̃𝘰 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘪𝘴𝘢 𝘮𝘦 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘰𝘯𝘥𝘦𝘳 𝘢𝘨𝘰𝘳𝘢, 𝘴𝘰́ 𝘳𝘦𝘧𝘭𝘪𝘵𝘢 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘷𝘰𝘤𝘦̂).
Se você sente que quer aprender, a cuidar do seu corpo naturalmente, usar as plantas medicinais, compreender suas emoções, ir lá na raiz da endometriose, tenho um convite:
Agora em Janeiro inicia a minha 𝗝𝗼𝗿𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗩𝗶𝘃𝗲𝗻𝗱𝗼 𝘀𝗲𝗺 𝗘𝗻𝗱𝗼𝗺𝗲𝘁𝗿𝗶𝗼𝘀𝗲, onde vou ensinar tudo o que aprendi nesses últimos anos de estudos e cura.
𝗔𝗦 𝗩𝗔𝗚𝗔𝗦 𝗘𝗦𝗧𝗔̃𝗢 𝗔𝗕𝗘𝗥𝗧𝗔𝗦!
Vai lá e se inscreva, essa jornada só vai acontecer UMA VEZ NO ANO, então não espere mais, dê o primeiro passo!

𝘊𝘰𝘮 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘦 𝘮𝘢𝘨𝘪𝘢,
Deborah de Carvalho
MULHERES DE 𝗣𝗔𝗖𝗛𝗔𝗠𝗔𝗠𝗔

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